sábado, 27 de novembro de 2010

E se afastou o cálice...

Pague a sua liberdade com notas de sangue
Foi você quem lutou por isso, e eu lembro bem como foi
Vocês queriam ser livres, cheirar diesel e se embriagar
Depois de feito tudo isso, e afastado o cálice de sangue
A prisão agora é outra, e não há passeata que abra a cela

Mudaram a constituição, mudaram os poderes
Com suas passeatas vermelhas, pedindo direitos
Dado os direitos, acabaram-se os deveres
Sintam agora o gosto amargo da sua juventude
Por que a prisão é a sua casa, e não há quem saia dela

Os camisas verdes foram trocados pelos sem camisas
Pelos sem ideais, e pelos libertadores morais
Libertinagem foi a sua liberdade exercida
Agora eu não quero teorias, apenas olhemos ao nosso redor

Dirija o seu carro: Queimado
Beije a sua filha: Morta
Ande neste chão: Marcado
Do cálice afastado: de Sangue


Mauricio de Lima - 27/11/2010

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