domingo, 22 de agosto de 2010

Sem Expressão

Me olho no espelho e tento ver minha alma
Meus pensamentos estão fora de controle
Completamente confusos, fora de ordem
Falta em mim um sentimento essencial
Pra me fazer continuar seguindo em frente

Pensei que era diferente do que eu estou sendo
Na verdade, sou um pervertido sem educação
No passado, sentia e valorizava cada paixão
Hoje, quando posso mostrar valor, só sinto tesão
Me faz querer não levar isso em frente

E fazer com ela assim como fizeram comigo
Ou talvez seja apenas uma impressão da minha mente
Pode ser que ainda não chegou a hora
Ou que essa hora já passou, e eu sou um filho da puta.

Sempre fui de criticar infiéis
Agora me sinto um hipócrita
Vi que a qualidade pra mim não importa
Se não vier junto com a quantidade

E o pior, não sinto nenhum remorso
E isso me faz sentir raiva
Dos demais, eu sei que de diferente eu não tenho nada
Sou um igual, um fodedor de tudo que respira

Espero me encontrar de novo, um dia.


Mauricio de Lima - 22/08/2010

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Vento

E esse vento que nos traz agora
Cheiro de chuva, de renovação
Indica que mais um ano está indo embora
Talvez um tempo de vitória, olhando em frente
Ou o reconhecimento da derrota, olhando pro chão

Vento que faz a árvore balançar, a folha cair...

Há alguem nesse segundo que tem mais o que dizer
Que realmente tem uma época para lembrar
Nostalgia toma conta da sua mente
Mas ela simplesmente não pode falar

Apenas lembranças vagas na memória
Histórias que gostaria de reviver
Sabe que se alguém ainda não sentiu isso
Um dia vai sentir, e viver

Lado a lado com o tempo, sem vontade de querer ser...

O vento da morte vai passar
Vai levar ela pra outro lugar
Vai descobrir finalmente o segredo da vida
Que se faz presente apenas no fim

Talvez não tenha tanto valor a família
A dor, o passageiro, a sorte
A pátria, a cidade, a casa
Sua vida, sua história, sua morte.

Que o vento leve sua alma, que passe sem rastros
Assim como fez com tantos milhões
E que faça assim tambem conosco
Por que a morte não precisa de tantos jargões.

Mauricio de Lima 16/08/2010