Ele era apenas um homem normal, com sonhos e metas a cumprir
Mas decidiu viver uma vida diferente, diferentemente existir
Iconoclasta, considerado por muitos um sujeito asqueroso
Tanto em pensamentos como pelo seu corpo, seu rosto
Não precisaria de nada, nada que não fosse criado por si só
Este era o pensamento, esta era sua filosofia
Tão simples como ele, tão dificil de ser seguida
Ele sabia sim, que aqui pregava o que não fazia
Chegou até pensar que era uma farsa, uma mão sem via
Seus dizeres ecoaram o mundo, uma faca a destrinchar um nó
Tudo isso durante certo tempo, que no seu mundo foi bastante
Pequeno mundo percorrido a pé, muito sofrido e lancinante
Fez um povo vil acreditar, ovacionar sua história de vida
Novamente a contradição com sua suposta iconoclastia
Jogou no chão todos seus escritos, fez dele mesmo um mendigo
Parou de percorrer o mundo, deixou ser pervertido
Nada mais daquilo tinha valor, mas o povo ainda o perseguia
Declarava amiúde seus pensamentos agora sem valia
Como agora fazer retornar ao antro da ignorância
Sendo que fez ser seguido por um caminho incerto
E percebeu tarde demais que a agnosia o tinha aberto
À tudo que conhecera e se revoltara, à sua ânsia
De querer redefinir o novo sem a base do velho
De fazer o povo vil crescer se tornando um mistério
Chovendo perguntas sem respostas, pedras virando a mesa
Abalando sua estrutura de monge à francesa
O tiro no pé de uma mente evoluída, sublime
Preocupado com os outros, fez-se imenso em vime
Lughnasadh, lughnasadh
Invés de grãos e frutas, a população obtusa
Empurrada ao fogo, um milênio em brasa
Virando um mundo em erros
Seus erros em fumaça
Mauricio de Lima - 02/01/2011
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